Dorinha defende revisão da formação docente para a reformulação do ensino médio e quer fazer seminário no TO

23/09/2016

Dorinha defende revisão da formação docente para a reformulação do ensino médio e quer fazer seminário no TO
A Medida Provisória que trata da reformulação do ensino médio, assinada ontem (23) pelo presidente Michel Temer, deverá passar por aprimoramentos quando chegar no Congresso Nacional. O texto prevê uma política de fomento às escolas em tempo integral e também um investimento de R$ 1,5 bilhão neste programa para que, a partir de 2018, o país chegue a cerca de 500 mil jovens matriculados neste sistema.

Segundo a deputada Professora Dorinha (Democratas/TO), que participou da comissão especial que analisou o tema, a proposta encaminhada pelo governo acatou a maioria das recomendações propostas pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), que, desde 2012, aprovou a reformulação do ensino médio. Ela concorda com as alterações no currículo, mas afirma que as medidas propostas ainda precisam ser discutidas e que, para sair do papel, é necessário revisar a formação do professor.

Ela explicou que o Plano Nacional de Educação (PNE) faz uma série de provocações nacionais, chamando para o debate da Base Nacional Comum Curricular, um novo modelo de formação do professor e de organização da escola. “Não é só o fato de sinalizar uma Escola de Tempo Integral que podemos dizer que mais tempo significa melhor resultado. Não é assim que funciona. É preciso redesenhar não só o currículo, mas também a formação. A MP dá caminhos de políticas públicas, um passo estruturante, mas pequeno pois muitas ações precisam acontecer paralelamente como rever o material didático e o curso de formação dos professores. Esse novo desenho de formação não sairá do papel se não rever a formação do professor”, disse.

A parlamentar concorda com o enxugamento de disciplinas para que haja o aprofundamento nas áreas propostas somado ao perfil de formação. Ela lembrou que o ensino médio já chegou a ter 19 disciplinas diferentes, o que impede o aprofundamento na aprendizagem. “A tentativa não é dizer qual disciplina é mais ou menos importante, mas de desenhar um ensino médio com uma unidade de formação para aqueles conteúdos estratégicos que comporão a Base Nacional, aprofundar a aprendizagem e permitir juntar o interesse do jovem com adequação à realidade dele e a região que vive”.

Professora Dorinha pontuou ainda que o ensino médio no mundo inteiro passa por desafios, mas que já há avanços em vários países que trabalharam pela reformulação. “A MP deverá receber diferentes contribuições no sentido de tentar enfrentar o maior desafio da educação brasileira, que é o ensino médio. A possibilidade de diferentes ênfases e áreas é um modelo que vários países já adotaram e estão caminhando bem e com resultados práticos. Alguns estados têm experiências focadas com bons resultados. É importante a flexibilidade que o texto traz para que os estados possam se organizar. Espero que a sociedade participe e sugira melhorias para essa proposta”.

A parlamentar disse, ainda, que pretende realizar na segunda quinzena de outubro um seminário no Tocantins para que professores, pais, alunos e a sociedade em geral participe das discussões sobre a reestruturação do ensino médio.

Sobre o fato da reformulação do ensino médio ter sido apresentada via Medida Provisória, a deputada disse que esse fato pode incomodar um pouco já que há um projeto de lei (PL 6480/13) sobre o assunto pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. Mas serve como uma forma do Ministério da Educação fazer um chamamento para que a sociedade se estimule, se envolva e participe do debate da melhoria da qualidade da educação pública.

WhatsAppTelegramMessengerFacebookTwitter