Dorinha defende que educação pública só irá melhorar se o professor for valorizado
Atuando como uma das maiores defensoras de uma educação pública de qualidade dentro do Congresso Nacional, a deputada Professora Dorinha (Democratas/TO) defende uma urgente mudança voltada para a valorização e formação docente.
Professora Dorinha avalia que o desafio de formar professores no Brasil deve ser enfrentado em diversos níveis.“Um passo fundamental é assegurar que todos os educadores de educação básica tenham formação em nível superior. Cerca de 25 % dos professores brasileiros nessas etapas ainda possuem, no máximo, o ensino médio ou magistério”, disse.
Segundo a parlamentar, cerca de dois milhões de professores atuam nas escolas de educação básica.“Esse contingente de profissionais mostra que os desafios da formação de educadores necessariamente passam pela oferta de educação continuada. A questão da equiparação do salário dos docentes com os profissionais de mesmo nível de formação já é um primeiro passo. Um professor no Brasil ganha 40% menos do que a média dos outros profissionais para os quais se exigem o mesmo nível de formação”.
Por causa da falta de valorização da carreira, estima-se que o déficit de professores na educação básica seja de 250 mil. Além disso, as licenciaturas recebem pouca atenção por parte das universidades e esse distanciamento produz uma falta de vocação para formar professores para a atual realidade da escola.“Nossos jovens não querem seguir a carreira docente porque sabem que não há valorização e isso precisa passar pela elevação do nível salarial e por um conjunto de instrumentos que aperfeiçoem as condições de exercício profissional. Só assim os jovens poderão voltar a se atrair pela profissão de professor”.
Escola de tempo integral
Sobre o crescimento das escolas de tempo integral pelo País, Dorinha pontuou que é um fato importante para a educação, mas que deve ser levado com a seriedade que merece.“Não adianta construir inúmeras ETI’s e não oferecer condições para que o aluno possa permanecer durante todo o dia. Escola de tempo integral não é depósito de crianças. É um espaço para aprendizagem em tempo integral, de aproveitamento do tempo das crianças, de desenvolver os seus talentos e melhorar seus resultados. Da mesma forma, o professor também precisa de estrutura para fazer o seu trabalho”, afirmou.
Pensando nisso, Dorinha conseguiu aprovar na Comissão de Educação da Câmara uma indicação ao Ministério da Educação (MEC) sobre a organização de um programa específico de alimentação para atender os trabalhadores em educação que atuam em escolas da educação básica. Em sua indicação, a parlamentar sugere ao MEC que seja organizado um programa específico para atender os trabalhadores em educação que estão nas escolas de tempo integral. “A indicação é no sentido de que se altere o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ou que seja criado um programa específico sobre alimentação do profissional da educação em jornada ampliada”. Dorinha lembrou que o fato do professor se alimentar junto com os alunos, é também um processo de educação. “Ele pode ensinar e incentivar os hábitos alimentares mais saudáveis, além do que o profissional de educação pode ser melhor tratado e mais respeitado dentro do espaço da escola”, disse.